quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Diário de um quarentão na Academia
Acabei de completar 44 anos. Minha segunda esposa presenteou-me com uma semana de treinamento físico na melhor academia daqui. Bem, estou em excelente forma mas achei boa idéia dar uma malhada para diminuir a "barriguinha de cerveja". Fiz reserva com a "personal trainner" Marcinha, modelo de 43 anos . Foi-me recomendado levar um diário para documentar meu progresso, transcrito a seguir:

Segunda: Com muita dificuldade levantei-me as 6 da manhã. O esforço valeu a pena, Marcinha parecia uma deusa grega: ruiva, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Inicialmente, me fez um tour, mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela me tomou o pulso, depois de 5 minutos, e se alarmou, pois estava muito acelerado. Não era a bicicleta senão ela, vestida com uma malha de lycra coladinha. Desfrutei do exercício. Ela me motiva muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passa perto de mim.

Terça: Tomei café e fui para a academia. Marcinha estava mais linda que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Depois se atreveu a por pesos!!! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar UM QUILÔMETRO. O sorriso arrebatador de Marcinha convenceu-me de que todo exercício havia valido a pena... era uma nova vida para mim.

Quarta: A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não foi fácil: estender os braço para mudar as marchas era um esforço digno de Hércules, doía o peito e minhas panturrilhas ardiam toda vez que pisava na embreagem. Fisicamente impossibilitado, estacionei meu carro na vaga para deficientes físicos, até porquê, saí mancando...
Marcinha estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando gritava me incomodava muito. Meu corpo doeu inteiro quando ela me colocou um cinto para fazer escalada. Para que merda alguém inventa um treco para se escalar quando isso já está obsoleto com os elevadores? Marcinha me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e desfrutar a vida... ou alguma dessas merdas de promessas.

Quinta: Marcinha estava me esperando com seus odiosos dentes de vampiro escroto. Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar os sapatos.
A desgraçada da Marcinha me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador me buscar e como castigo mandou-me para a máquina de remar... me fodi, lindamente.

Sexta: Odeio a desgraçada da Marcinha. Estúpida, magrela, anêmica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que podia se mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que pariu essa desgraçada xexelenta.
Marcinha quis que eu trabalhasse meus tríceps... EU NEM SEI O QUE É ESSA PORRA, CARVALHO!!! E se não bastasse me colocar o peso para que o levantasse, me colocou aquelas merdas das barras... A bicicleta me fez desmaiar e acordei na cama de uma nutricionista, uma idiota com cara de mal-comida que me deu uma catequese de alimentação saudável, claro.

Sábado: A lazarenta da Marcinha me deixou uma mensagem no celular com sua vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozinha me deu gana de quebrar o celular, porém não tinha certeza se teria força suficiente para levantá-lo, inclusive para apertar os botões do controle remoto da tevê estava difícil...

Domingo: Pedi ao vizinho para ir à missa agradecer a Deus por essa semana que terminou. Também rezei para que o ano que vem, a desgraçada e infeliz da minha quarta esposa seja mais criativa e me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um tratamento dentário de canal, um cateterismo ou até mesmo um exame de próstata.